A professora Aline aplicou, de forma cocriativa, a atividade Labirinto da Robô, na escola Wilson Hedy Molinari – foi um sucesso!
Professora Aline Suzel | Foto: Kimberly Valentim
A atividade aconteceu na quinta-feira (12), com uma turma do primeiro ano do Ensino Fundamental, e chamou a atenção dos alunos, educadores e de toda a equipe do Ativamente.
Aline deu vida à atividade colocando em cena toda a sua vivência como professora, aliada ao desejo de despertar sensações e empoderar os alunos.
Um equilíbrio delicado entre promover a experiência e direcioná-la para uma aprendizagem leve e muito significativa.
A Aline e seus alunos conseguiram. Mais do que isso, eles surpreenderam! Todos os dias de aula são uma aventura, mas esse dia teve um toque especial: a diversão e a experiência de colaborar para um mundo melhor.
Roboline atravessando o Labirinto da Robô
Bate-papo entre a Aline e as crianças sobre o Labirinto da Robô
— Pessoal, hoje a nossa aula foi um pouquinho diferente, não foi?
— Sim!
— Foi legal?
— Sim!
— Do que vocês mais gostaram?
— De fazer a robô.
— Qual foi a parte mais difícil?
— Fazer a robô ficar em pé.
— Vocês já assistiram Toy Story?
— Sim!
— Lembram que eles ficam muito tempo numa estante? Que eles ficam empoeirados?
— Sim!
— E eles não aguentam mais ficar lá. Aí tem um dia que eles saem se requebrando, se remexendo, porque eles não aguentam mais ficar parados lá. Certo! A Roboline de hoje, a nossa Roboline, estava na mesma situação do Toy Story. Estava cansada de ficar lá guardada na estante. Ela ficava naquela parede, toda empoeirada… E o que aconteceu? Vocês vieram e deram VIDA pra Roboline. Vocês vieram e deram uma mão pra ela, que vocês não têm noção! Porque, agora que ela atravessou o labirinto, ela vai conseguir sair da estante, vai conseguir passear… Antes ela tinha medo de atravessar o labirinto.
— Então aquele labirinto era pra Roboline sair do lugar?
— Sim, o labirinto era pra Roboline perder o medo de sair da estante. Como a Roboline cansou de ficar na estante e ela precisava de uma ajudinha, eu resolvi pedir uma mãozinha pra vocês. Então, com isso, vocês deram uma mãozona. Porque além de vocês terem criado roupa, acessórios e laços para a Roboline, vocês conseguiram fazer ela atravessar o labirinto. Agora ela perdeu o…?
— Medo!
— E ela pode sair de lá toda vez que ela quiser. Depois que ela atravessou rios, montanhas, lagos, vulcões e enfrentou jacarés e dinossauros, ela não tem mais medo de nada! A Roboline agora é empoderada, destemida, bonita e fashion. E nós vamos continuar incrementando a nossa Roboline, aos pouquinhos. E quem já viu uma centopeia?
— Eu!
— A Roboline, depois que ela saiu por aí desfilando, mostrando os laços e tudo mais, ela chamou a atenção da dona centopeia. A dona centopeia estava dormindo, quietinha lá na nossa horta, e ela chamou a atenção da dona centopeia. Agora nós vamos ter que ajudar quem?
— A centopeia!
— Vai ser o nosso próximo desafio.
Com vocês: mais uma Roboline!
Relato da professora Aline Suzel
A gente começou trabalhando masculino e feminino porque, a atividade número 1, que é o primeiro desafio, fala sobre o labirinto DA robô. Então eu perguntei pra eles se era menino ou menina. E eles disseram: menina. Eles responderam de maneira correta.
Daí fomos pra confecção de uma robô que seria a mascote do jogo, a personagem do jogo. E eles optaram pela robô se chamar Roboline (lê-se robolaine). Na verdade era Roboline (aqui lê-se roboline), eles colocaram o meu nome na robô. Mas aí ficou Roboline (robolaine) porque eles acharam mais moderno!
Depois disso, quando a gente começou com os desafios, eu tive que auxiliar alguns com a setinha entre esquerda e direita. Porém eles já tinham uma noção de lado no jogo e eles não tiveram dificuldade com isso.
Também criamos alguns desafios, obstáculos. Cada um criou o seu. Uns fizeram rios, outros fizeram montanhas… por onde a Roboline não podia passar.
A ideia é que a gente faça na próxima semana de novo. E a gente teve uma outra ideia juntos também: de criar uma Roboline física ou de material reciclável. E mais uma robô, de outro material, que cada dia vai pra casa de um aluno pra interagir. Pra levar o jogo pra brincar com a família. Então a gente teve essa ideia aqui na sala, todo mundo junto.
O ponto mais forte da atividade foi falar mesmo com eles, conversar com eles sobre essa parte do masculino e feminino, esquerda e direita (lateralidade)…
A gente vai trabalhar também o Labirinto da Robô de maneira corporal, com um labirinto no chão. Vamos fazer o desenho, fazer os obstáculos, tudo pra eles terem essa noção.
Na questão de levar pra casa, eles também gostaram bastante. A gente vai fazer a robô com alguns materiais mais duráveis. Porque eles tiveram dificuldade pra manter a robô de papel em pé e tudo mais. Fora isso, eles gostaram muito. Eu acho que, por ser o primeiro, teve uma aceitação muito boa.
Obrigada!
Criatividade em ação
Relato do Rubens Massa (idealizador do Ativamente) sobre o trabalho da professora Aline
Quando a professora Aline faz o relato de como ela aplicou o Labirinto da Robô, ela passa pelas quatro dimensões do método Ativamente de uma forma muito leve, muito ilustrativa e muito interessante.
Ela começa criando o micromundo, envolvendo os alunos na construção da robô, dando a eles a possibilidade de criar os obstáculos que eles querem no processo de desenvolvimento. Pra em seguida ela trabalhar os conceitos que estão sendo discutidos em sala de aula, como a direção (direita e esquerda), o gênero (masculino e feminino) e outras polaridades relacionadas, a partir do veículo – que é o desenvolvimento de uma trilha de pensamento computacional que ajude os alunos a compreender direção e comando. Algo que eles precisarão futuramente pra desenvolver programação em bloco.
Além disso, ela deu a possibilidade deles trabalharem a criação livre, não só de forma básica (através de um desenho), mas na construção viva de um personagem. Inclusive sugerindo que os próprios alunos façam, que nas próximas aulas eles trabalhem o robô de forma viva, com caixa de papelão e outros elementos.
E finaliza, brilhantemente, propondo uma discussão sobre o medo. Relacionando a história com o sentimento, a emoção do medo. As sensações que o medo causa, a importância de vencer o medo, de colaborar com o medo do outro. E incluindo a família no processo da educação.
Aprendizagem Criativa
As quatro dimensões do Ativamente, por Rubens Massa
O método Ativamente trabalha a Aprendizagem Criativa. E a Aprendizagem Criativa se desdobra sempre em quatro dimensões pra levar uma aprendizagem significativa pras crianças.
A primeira dimensão é a ambientação. A importância de se criar micromundos fantásticos onde a criança se imagine dentro do processo de aprendizado que virá. De uma forma natural e lúdica.
A segunda, é a dimensão pragmática. Ou seja, o que se pretende ensinar a partir do que está sendo trabalhado nos micromundos. No método Ativamente, nós utilizamos o pensamento computacional. Que é a construção da lógica de desenvolvimento para crianças, utilizando principalmente os conceitos da programação em bloco.
A terceira dimensão é a da livre criação. Então, a partir das duas primeiras dimensões, os professores são incentivados a, dentro de sala de aula, levar os alunos a criar os elementos dessa jornada.
E a quarta dimensão é o compartilhamento. A oportunidade de utilizar essa jornada pra trabalhar temas de formação socioemocional. Como as sensações que ocorreram no desenvolvimento das atividades (mas não só), o envolvimento da família no processo educacional e outros.
O Incrível Livro de Práticas Inspiradoras
Esta prática criada pela professora Aline ao aplicar a atividade Labirinto da Robô do método Ativamente é o primeiro estudo de caso do Incrível Livro de Práticas Inspiradoras.
Este livro começa aqui, no nosso blog, onde vamos compartilhar práticas inspiradoras, de professor para professor. Além do que Acontece no Mundo Ativamente.
Acompanhe, inspire-se e compartilhe suas práticas também! A educação é um organismo vivo e coletivo, por isso acreditamos em um trabalho em que todos somos criadores e transformadores. E você está convidado para participar desta experiência criativa. Que tal?!
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